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Amanohashidate,

a ponte que leva ao céu

    Amanohashidate (天桥立) significa literalmente “Ponte que leva para o céu” e se caracteriza por uma estreita faixa de areia entre 20 a 170 metros de largura e cerca de 3,6 km de comprimento na qual separa o golfo de Miyazu do Mar Aso, ao norte da província de Kyoto. Este magnífico lugar também é chamado de “Escada para o céu” ou de “Hakusha-Seisho” (areia branca e árvores verdes).

     Amanohashidate é considerado como um dos três lugares mais bonitos do Japão, descrito por Shunsai Hayashi, um discípulo de Confúcio, que em 1643 (Período Edo), viajou por todo o Japão à pé e documentou em um livro chamado “Nihon Kokujisekikou“, os três lugares que ele achou serem os mais belos do Japão.

     Claro, que em se tratando de lugares belos, o Japão tem de sobra, mas mesmo passado alguns séculos, esses três lugares (Matsushima, Miyajima e Amanohashidate) chamados de Nihon Sankei, continuam sendo muito especiais para o povo japonês. Reza até uma lenda de que todo japonês deveria se possível, visitar esses três lugares, pelo menos uma vez na vida, dada a sua importância cênica e espiritual.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     Acredita-se que essa faixa de areia foi formada há mais de 4 mil anos, resultado da ação da própria natureza, que foi moldando sua forma por devido à ação das ondas e dos ventos ao longo dos anos, onde também estão plantadas cerca de 8 mil pinheiros, que formam um cinturão verde no local. As praias de Amanohashidate são muito belas, de cascalhos e areia branca e muito boas para banho.

     Existem várias maneiras de contemplar essa bela obra natureza, especialmente das colinas que a cercam, de onde sai inclusive teleféricos, na qual os visitantes podem obter diversas visões panorâmicas de várias perspectivas da área. Outra bela visão de Amanohashidate podem ser obtidas através do Parque Kasamatsu, no lado norte ou das colinas mais altas do lado sul.

     A visão que se tem é realmente mágico e não é à toa que cerca de 2,7 milhões de pessoas a visitam anualmente. Pra quem quer um passeio em terra firme para explorar Amanoshidate de norte à sul, o passeio pode ser feito à pé e leva-se cerca de 40 minutos de uma extremidade a outra. Para quem não quer andar, há ainda a opção de percorrer o trajeto de bicicleta, pois existem pontos onde se pode aluga-las.

     No caminho se tem a oportunidade de conhecer as belas praias de Amanoshidate, além dos vários locais históricos e outros específicos para se fazer piqueniques. No extremo sul está a estação de Kasamatsu e o Santuário Kono e no extremo norte está o Parque kasamatsu e o pequeno Templo budista Chionji.

     Um costume local realizado há séculos é a tradição das pessoas tirarem foto em pontos específicos, com o corpo curvado e pernas abertas para que a foto saia invertida. Assim deixa a impressão de que Amanoshidate realmente parece ser uma ponte flutuante no céu e explica o porque da sua forte ligação entre o céu e a terra.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     De acordo com o livro antigo Ko-Fudoki, a “escada para céu” foi construída pela divindade Izanagi no Mikoto (macho que convida), como uma maneira de viajar entre o céu e a terra, para visitar a deusa Izanami no Mikoto (fêmea que convida), por quem era apaixonado, embora Izanami fosse sua irmã mais nova.

     Segundo a mitologia japonesa, essas duas divindades foram os primeiros a habitar o Japão e os responsáveis em criar as diversas ilhas existentes no Japão, assim como inúmeras divindades. Um dia Izanagi no Mikoto se descuidou e dormiu no lado que pertencia à terra e não conseguiu mais encontrar o caminho para o céu.

     A escada caiu no chão, e se tornou a faixa de areia que existe hoje e a ligação entre o céu e a terra foi perdida para sempre. E assim, surgiu a lenda da “Ponte flutuante caída do Céu” (Ame no Ukihashi). Mas a lenda não termina aí… Os deuses comovidos pelo amor dos dois, permitiu que o casal se reencontrasse novamente, fazendo com que a deusa Izanami, mais tarde, desse a luz à vários filhos do deus Izanagi. .

 

Texto: Silvia Kawanami
Site: http://www.japaoemfoco.com

Izanami  e Izanagi
Santuário Kono
Estação de Kasamatsu
Templo budista Chionji
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